O que a curva característica ou curva de densidade indica?
A curva de característica ou densidade indica a relação entre exposições crescentes
e a densidade resultante. Entende-se por "exposição" (E) a dose de radiação na emulsão de filme. É
o produto da intensidade da radiação (Io) multiplicada pelo tempo de exposição (t). Portanto: E = Io.t
Em geral, a proporção entre as diversas exposições e as densidades relacionadas não é representada em uma escala linear, mas em uma escala logarítmica, ou seja, densidade D versus log E.
Obtém-se a curva aplicando exposições cada vez maiores a uma série de áreas sucessivas de uma tira de filme, sendo que cada exposição seguinte é algumas vezes maior (por exemplo, 2 vezes) maior que a anterior. Após a revelação, as densidades (D) são medidas com um densitômetro e, em seguida, representadas graficamente em relação aos valores logarítmicos das exposições correspondentes
(log E). Depois disso, os pontos obtidos são ligados por uma linha contínua. Não é necessário saber os valores absolutos de exposição. Já que é possível usar valores relativos, com uma intensidade fixa dos raios X,
só é preciso mudar os tempos de exposição.
A densidade (D) de uma emulsão fotográfica não aumenta linearmente com a exposição (E) ao
longo de toda a faixa de densidade. Em vez disso, tem o formato mostrado na figura 2-7. A parte inferior da curva (a-b)
é conhecida como “calcanhar”, a parte central (b-c) é designada “porção em linha reta (linear)”, e a
parte superior (c-d) é chamada de “ombro”.
O ombro de uma curva característica referente a um filme radiográfico industrial corresponde a densidades superiores a 6. Já que essas densidades são altas demais para a visualização normal de um filme, a curve da
densidade D = 3,5 para cima é representada como uma linha quebrada.
Deve-se ressaltar que a parte linear (b-c) não é verdadeiramente reta, mas segue
ligeiramente a tendência do calcanhar da curva.
Gradiente da curva de densidade: a curva de densidade mostra uma das características mais importantes de um filme. A inclinação da
curva característica em qualquer ponto é igual à inclinação da linha tangente nesse
ponto. Essa inclinação (a/b na figura 3-7) é conhecida como "gradiente do filme" (GD), "contraste do filme" ou
"gama do filme".
Gradiente médio: a linha reta que liga dois pontos de uma curva característica, como mostra a figura 4-7, é igual ao “gradiente médio” do segmento da curva que liga esses dois pontos. Esse gradiente (GD) é a média de todos os gradientes no segmento entre os valores de densidade 3,50 e 1,50. É uma característica padrão de um tipo específico de filme radiográfico.
Em todos os filmes (por exemplo: D2 a D8), o gradiente (a/b) sobre com o aumento
da densidade. Para a visualização em telas convencionais, a faixa útil de densidade é D <5.
Há diferenças entre os vários tipos de filme. Isso se torna claro com a representação gráfica dos valores
do Gd em relação à densidade, resultando nas curvas de gradiente/densidade, como mostra a
figura 5-7. Quanto maior é a sensibilidade do filme, menor é o gradiente. Sendo assim, a curva de densidade
é menos íngreme.
Um gradiente mais íngreme indica um aumento da diferença de densidade com uma dose de radiação igual e, portanto,
um contraste maior, tornando os defeitos mais discerníveis. Portanto, se há necessidade de alto contraste, é preciso usar uma radiografia com a maior densidade possível, mas permanecer
dentro da faixa de densidade aceitável para a tela de visualização, para não prejudicar a interpretação do filme.
A maioria dos códigos de boas práticas recomenda densidades entre 2,0 e 3,0 na área relevante
da imagem. A tabela 1-7 mostra a perda de contraste em um filme típico à medida que os valores de densidade apresentaram queda
abaixo de 3,0 .
A amostra na figura 6-7, que contém um pequeno passo, é radiografada com um tempo de
exposição que tem como resultado uma diferença de densidade de 0,5 (B menos A). Se agora, com o mesmo tipo de
filme e a mesma tensão do tubo, o tempo de exposição for mais longo, a diferença de densidade
será 0,9 (D menos C). Portanto, a segunda radiografia apresenta mais contraste.
Efeito das condições de revelação sobre a curva de densidade: a curva característica de um filme radiográfico é determinada não só pelas características de emulsão, mas também pela forma como o filme é revelado. O tempo de revelação e a sua temperatura, a concentração do revelador e a agitação são parâmetros que podem influenciar a curva característica.
Por exemplo: o efeito do tempo de revelação sobre a velocidade (fator de exposição relativa),
o contraste e a neblina está visível na figura 7-7. Inicialmente, até aproximadamente 4 minutos,
a velocidade e o contraste são baixos, mais aumentam rapidamente com o tempo de revelação.
De 8 minutos em diante, um aumento maior no tempo de revelação aumenta a neblina de fundo e,
no fim, acabará acontecendo a redução do contraste.
Embora seja possível compensar, até certo ponto, pequenas variações relativas à exposição correta à radiação por meio da adaptação do tempo de revelação, normalmente se mantém um tempo fixo. Na revelação manual, o tempo padrão é 5 minutos. O tipo de revelador, a agitação do filme
no tanque e a temperatura também influenciam a densidade. Por isso, o processo geral de revelação deve, preferencialmente, ser padronizado ou automatizado. Na maioria dos casos, condições não ideais
de revelação reduzem a qualidade da imagem.